No Brasil, um balão é flagrado por pilotos de aviões a cada oito horas

Brasil, São Paulo, SP, 26/12/2015. Dois balões são vistos no céu do bairro do Tucuruvi, na zona norte da capital paulista, na rota de pouso dos aviões que pousam no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na manhã deste sábado (26). - Crédito:DARIO OLIVEIRA/CÓDIGO19/AE/Código imagem:194901
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Lucy Tamborino

Nos primeiros seis meses deste ano, em média, um balão foi flagrado por pilotos de aviões ou controladores de voo no Brasil. No total foram 553 balões encontrados no ar e informados ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB).

Mais da metade dos casos ainda ocorrerem no Estado de São Paulo, resultando num total de 303 ocorrências deste tipo. Além disso, destes registros 48% ocorreram na área do GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica.

Comuns nesta época de festa de São João, soltar balão indiscriminadamente pode ser considerado crime ambiental, apesar de a prática parecer inofensiva. O maior problema está na aviação, pois os balões podem colidir com as aeronaves, enroscar nas turbinas dos aviões, provocar incêndios ou até mesmo cair na pista sobre aeronaves em abastecimento. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o choque de um balão de 50 quilos contra um avião voando a 450km/h gera uma força de até 100 toneladas.

Pela lei, a prática pode resultar em pena de um a três anos de prisão, além de pagamento de multa. Ainda quando há o agravante de oferecer risco ao espaço aéreo a pena pode chegar até 12 anos de prisão.

Neste ano, um piloto da Gol chegou a informar a presença de 10 balões, isso só próximo ao Aeroporto de Congonhas. O relatório foi enviado a Cenipa em julho e ainda aponta que uma manobra de desvio foi necessária. Os balões teriam afetado, ainda, outras três aeronaves na mesma rota.

Em maio deste ano, uma fábrica clandestina de balões em Guarulhos foi fechada. O ateliê operava em uma casa no Pimentas. Em frente ao local, a Polícia Ambiental encontrou um balão de cinco metros e nove estruturas de madeira. Já dentro da casa, ainda havia, folhas de seda, maçarico para encher os balões e tubos de cola. O proprietário, de 40 anos, foi preso em flagrante e recebeu uma multa de R$ 10 mil.

Imagem: Dario Oliveira/Estadão

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