Coluna Livre com Hermano Hemming

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Poucos sabem, mas o primeiro grande shopping center de Guarulhos foi construído na Vila Fátima. Ficou pronto há vinte anos. O prédio, uma bela construção de quarenta mil metros quadrados com quatro pavimentos, amplo estacionamento, espaço para dezenas de lojas, praça de alimentação, sanitários e cinemas, está localizado na avenida Otavio Braga de Mesquita bem próximo ao centro da cidade. Há vinte anos está pronto para ser ocupado. Só que o prédio está embargado pela Prefeitura e, consequentemente, abandonado. Faz vinte anos que está lá, servindo de abrigo para pombos, passarinhos e maritacas.

O Shopping da Vila Fátima nasceu para ser chamado de “Shopping Center Guarulhos”. Até então o que existia na cidade, que poderia ser chamado de um centro de compras, era o Poli Shopping na rua D. Pedro II, a antiga Casa Poli, de boas lembranças.

O investimento de Vila Fátima era até então inédito. Resultou do desprendimento de um empresário da vizinha Mairiporã, com interesses também no setor educacional, Chafic Jabali.

Só depois da construção do prédio na Vila Fátima, vieram outros, estes promovidos pelo conhecido empreendedor também ligado ao setor de educação, Antônio Veronezi. O professor Veronezi, que havia criado o Shopping Poli, do sogro Primo Poli, adquiriu a antiga fábrica da Olivetti para construir na Via Dutra o Shopping Internacional. Um sucesso. Vieram depois o Shopping Maia, que está demorando a dizer a que veio, e o Shopping Bonsucesso. Este, também, bem-sucedido.

Quanto à construção abandonada na Vila Fátima é preciso fazer algo, com o risco de vê-la transformada no esqueleto que envergonha a cidade na avenida Tiradentes, onde a Varig pretendia instalar um hotel e deu com os burros n´água.

O poder público precisa se interessar. Moradores da região agradeceriam. E dão sugestões. Caso persistam os motivos que levaram a Prefeitura a embargar a obra, que tal uma desapropriação? Mas antes é preciso perguntar: há alguma chance desse shopping ser recuperado?

Há alguns dias um jornalista de Guarulhos esteve no Rio de Janeiro em contato com o atual dono do prédio, Walter Cavalcante, do grupo Sá Cavalcante. Foi atrás de subsídios para uma reportagem. Pouco conseguiu além da informação de que, em torno do prédio abandonado da Vila Fátima, continuam em jogo interesses que, quem sabe, algum dia, possam vir à tona. Esses “interesses” têm dificultado a missão de dar ao shopping de Vila Fátima um destino menos inglório.

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